Quadrinhos conquistam espaço na literatura escolar

MEC distribuirá 23 HQs neste ano para escolas públicas do país.
Obras representam 4,2% dos 540 títulos que devem chegar até março.
A adaptação de "O Alienista", de Machado de Assis, vencedor do último Prêmio Jabuti de melhor livro didático e paradidático do ensino fundamental ou médio, é uma das 23 histórias em quadrinhos (HQs) que o Ministério da Educação (MEC) distribuirá neste ano para escolas públicas do país.

Criado em 1997, o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) ignorou HQs por dez anos. Em 2007, 14 obras entraram na lista. Desde então, o número de HQs vem aumentando. Foram 16 em 2008 e, em 2009, a participação chega a 4,2% dos 540 títulos que deverão chegar às escolas até março.

Linguagem valorizada

Mais importante do que a ampliação numérica foi a valorização da linguagem das HQs na última seleção oficial, avalia Waldomiro Vergueiro, coordenador do Núcleo de Pesquisa de Histórias em Quadrinhos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Ele também elogia a inclusão do ensino médio na relação das escolas que vão receber HQs.

O diretor de Políticas de Formação, Materiais Didáticos e de Tecnologias para Educação Básica do MEC, Marcelo Soares, diz que as HQs são “estratégicas para desenvolver o prazer e o gosto pela leitura”.

Mas Vergueiro não gosta da premissa de que as HQs seriam um caminho para a literatura. “Podem até levar, mas essa visão instrumental é equivocada. Continua sendo preconceituosa”, afirma. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
 
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