Quadrinhos e História


Recentemente, o uso de história em quadrinhos nas salas de aula vem ganhando a preferência dos professores das mais diferentes áreas de atuação. Graças a seu caráter lúdico e formas simples de se comunicar, os quadrinhos conquistaram posição de prestígio na construção dos saberes.
No caso da História, os quadrinhos têm uma dupla função onde pode servir tanto como fonte de pesquisa histórica quanto um novo recurso onde os alunos possam interpretar o passado. Essa última possibilidade tem um potencial bastante significativo, já que o passado nem sempre pode ser facilmente ordenado e compreendido por jovens estudantes. Dessa maneira, o texto escrito que geralmente oferece o “estranho” passado histórico pode ser compreendido de uma nova forma.

Em uma atividade com quadrinhos, o conhecimento histórico pode interagir com atividades que ainda exigem interpretação e produção textual. Além disso, o capital intelectual do aluno ainda ganha com a incorporação de novos termos que anteriormente não faziam parte de seu vocabulário. No entanto, antes de partir para a prática, é necessário que o professor selecione um conteúdo e o exponha por meio de um material escrito ou mesmo uma aula expositiva.

Depois de oferecer aos alunos informações fundamentais sobre o conteúdo a ser discutido nas aulas subseqüentes, o professor pode buscar quadrinhos em que haja algum diálogo ou situação próxima ao tema trabalhado. Geralmente, existe uma significativa gama de quadrinhos que contam a história de algum personagem que viveu em um tempo ou civilização do passado. A partir daí, o professor pode pedir algum tipo de análise onde o aluno julga de que maneira o tema da aula é interpretado na tirinha.

A produção também é outra via de compreensão onde o aluno é instigado a produzir algo que reflita sua apreensão própria do conteúdo. Para tanto, é recomendável que o professor ofereça um tipo de material onde o aluno tenha que preencher os balões de diálogo dos possíveis personagens da história criada. Dessa forma, os alunos têm uma ótima oportunidade de compreender o passado interagindo criativamente com os temas históricos.
Quadrinhos e educação: ensino da história com criatividade

Nos últimos anos, as Histórias em Quadrinhos têm sido utilizadas como recurso didático por muitos professores das diversas disciplinas que compõem o currículo escolar. Elas oferecem uma gama variada de possibilidades de uso pelos professores. Na sala de aula, sua produção ajuda os estudantes a compreenderem temas complexos da História, que normalmente estão afastados da sua experiência diária de vida. Seu uso como recurso didático, no entanto, ainda é tema pouco discutido no meio acadêmico. Nosso desafio, na presente exposição, é apresentar possibilidades de utilização das Histórias em Quadrinhos como forma de reforçar o processo de ensino e aprendizagem, além de expôr experiências e resultados deste trabalho com alunos do Ensino Fundamental.
Existe no mercado editorial brasileiro uma quantidade considerável de álbuns produzidos com finalidade pedagógica. Vamos nos ater, no caso específico, aos volumes dedicados ao ensino da História ou que podem ser referenciados como tal. Esse tipo de iniciativa não é exatamente uma novidade. A Editora Brasil-América (EBAL), fundada em 1945 por Adolfo Aizen, foi um dos pioneiros na produção e edição de histórias em quadrinhos dedicadas a temas históricos, abrindo espaço para desenhistas nacionais, numa época em que os quadrinhos eram colocados como responsáveis pela delinqüência juvenil.
Cabe citar também o mineiro Henfil, um dos cartunistas brasileiros de maior influência sobre a juventude durante a ditadura militar. Seus personagens da caatinga, como a Graúna, Zeferino e Bode Orelana, foram presenças diárias nos jornais, não esquecendo ainda do Urubu; Ubaldo, o paranóico; e do Orelhão. Através deles, Henfil extravasou seu inconformismo com as injustiças e preconceitos sociais.
História em quadrinhos: uma estratégia de leitura
O gosto pela leitura muitas vezes começa pelos quadrinhos, pois é um tipo de texto que torna o ato de ler divertido. A leitura não pode ser algo forçado. Para que esse ato se torne um hábito, não deve ser imposto pelo professor de Língua Portuguesa, mas sim trabalhado com professores das diversas disciplinas escolares, discutindo sobre diversas áreas, podendo despertar o interesse do educando e posteriormente levá-lo ao gosto pela leitura. Essa deve ser exposta de modo agradável e no nível de conhecimento do aluno, pois ler o que não se compreende leva o discípulo a afastar-se da leitura. Dessa forma, na tentativa de buscar incentivo no ato de ler, o professor deve investir em novos métodos, não somente buscar os "clássicos da literatura", mas também apresentar aos alunos que uma história em quadrinhos é uma forma de leitura, e com ela, o docente pode tornar esse material um forte aliado no desafio aluno versus leitura.
A História em Quadrinho é algo remoto, pois desde a Pré História, os homens retratavam suas experiências de caçadas nas paredes das cavernas, o que não deixa de ser uma história em quadrinhos, uma seqüência lógica de desenhos. A HQ teve seu desenvolvimento baseado nas necessidades humanas. Desta forma, se o público muda, a literatura também deve mudar para agradá-lo. Os quadrinhos, enquanto artes, são uma evolução natural da arte seqüencial como, tendo tomado para si características e funções, exatamente como o cinema fez com a pintura.

Essa linguagem mais simples que os quadrinhos oferecem, estimula o hábito da leitura, pois ninguém gosta de ler o que não entende. E é desta forma que o gibi, nome popular das HQs, pode incentivar no processo de amadurecimento intelectual. As vantagens na utilização desde tipo de recurso didático são o baixo custo de aquisição dos gibis, a fácil localização deste material e a familiarização dos estudantes com este meio de comunicação. A combinação de imagens, onomatopéias e texto atraem a atenção dos estudantes e estimulam o estudo e o conhecimento. Compreender os tipos de HQs e seus gêneros é essencial para a boa utilização desse recurso na sala de aula. É preciso selecioná-las de acordo com a faixa etária dos alunos.


Técnica de Ensino : História em quadrinhos

I . Objetivo:
. Permitir que o aluno leia e interprete o texto mesmo sem o domínio da leitura e da escrita convencionais.
. Estabelecer relações tempo espaço, através da observação e interpretação das características dos personagens;
. Desenvolver a organização lógica das idéias.

II. faixa etária: Estudantes do Fundamental I até o Ensino Médio

III.Estrutura:
. As histórias em quadrinhos, geralmente, são compostas por imagens
( linguagem não-verbal e textos ( linguagem verbal).
. Entre os elementos que entram na composição das histórias em quadrinhos para imprimir dinamismo à leitura, existem balões e as onomatopéias.

IV. Recursos visuais
Os recursos visuais são as cores, as ações e as expressões dos personagens:
. Ação corporal: pular, tropeçar, atirar objetos...
. Expressão facial: assustado, amedrontado, triste, furioso, alegre, curioso,...
O Movimento:
. Poeiras : indicam movimentos rápidos de corrida
. Linhas curvas: indicam movimentos repetitivos
. Topada: TUP
. Gotas....
Onomatopéias:
Ruídos, o som é representado por palavras ou ruídos.
. Campainhia tocando: ding, dong
. Ruído de telefone: triim
. Pessoas dormindo; zzz

IV. Balões:
Os balões constituem a marca registrada dos quadrinhos, eles facilitam e enriquecem a comunicação. Os tipos e formas vão depender sempre da situação do que se quer criar. Os balões se transformam em uma realidade física de comunicação pela estreita relação com a parte gráfica do texto. Existem inúmeros tipos de balões, dentre os quais destacamos:

V. Estratégias de ensino:
O trabalho deve ser planejado observando o seguintes itens:
. ler o texto escolhido, antes de realizar as atividades com os alunos;
. realizar as atividades propostas para cada texto;
. providenciar o material solicitado ( criar ou colar as gravuras e figuras)
. Avaliar os conhecimentos prévios dos alunos quanto ao tema e aos recursos visuais, antes de iniciar a atividade( balões, onomatopéias, etc.) presentes naquela história.

VII. A Produção do texto:
Depois de trabalhar o texto e a interpretação, propor aos alunos que
. Recontem oralmente o por escrito (coletivo) a história em quadrinhos;
. Criem diálogos entre os personagens quando estes não aparecem na história;
. Substituam os personagens;
. Mudem o final da história;
. Criem outras histórias em quadrinhos;
. No final, pode expor as histórias em quadrinhos ou confeccionar um livrinho.
 
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